quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

As Chamas das velas nas Noites de Inverno

Ainda é inverno, no meio de uma tarde escura uma vela queima
Ardente ela desafia a escuridão, pela vidraça vejo o caos
e sinto um peso no ar, lá longe, onde a vista já tem que se esforçar
Avisto uma aparente paz em mansas ondas, é o mar;

A chama se apaga e o inferno está a me tocar,
Impulsionado por uma angústia que me devora
Procuro por algo que possa me livrar,
Estou atrás de respostas que me tragam alívio, então sigo a olhar;

Escondidos no silêncio desta sala, somente o vazio que ecoa
Indo serenamente até os lados de lá,
Lá, onde a paz se apresenta mansamente como o mar;
Sem ao menos saber sobre o que argumentar, fecho os olhos;

Em tudo procurei, em taças de bons vinhos mergulhei,
Em palavras fraternas meditei, Na cruz da redenção me calei,
em longas noites nenhuma resposta encontrei
e nada ouvi nada senti, continuo então a olhar,

Agora as vidraças estão cobertas de branco, é a neve veio enfeitar,
A chama que ainda está acesa, a sala não consegue esquentar;
Estaria minha resposta nas calmas ondas do grande mar? Improvável
Já que este se revolta e é constantemente influenciado pelo luar.

Os tédios de uma realidade caótica permanecem
E infiltram raízes que rastejam como vermes,
Criando uma masmorra a me aprisionar, deixo de buscar a causa
e continuo a olhar, a alma já como a neve, carrega o fardo da melancolia
Ao perceber que me encontro já obcecado e cego por tanto procurar,
Cansado, acendo outra vela
Desvio meus olhos para as chamas e continuo a pensar.

Escrito por: DELLONE(http://silenceshadows.blogspot.com/)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e volte sempre!