Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!...Já esmorece
O corpo exausto em que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem perto
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade
Dá-me a esperança
Com que o ser mantive!
Volve ao amante
Os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu
quem já não vive!!
(Álvarez de Azevedo)
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